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A História repete-se

Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho
A História repete-se
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5 de 126
  • São Francisco de Assis: pobreza e igualdade por amor a uma fé e ao próximo
    Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho conversam sobre a vida de Giovanni di Pietro di Bernardone, mais conhecido por São Francisco de Assis, que viveu entre 1182 e 1226 e foi uma das figuras mais impactantes da época medieval. Francisco de Assis nasceu num tempo em que a Santa Sé enfrentava vários movimentos, alguns considerados “heréticos”, que reclamavam um maior despojamento do Clero e o regresso aos ideais do cristianismo primitivo. Por volta de 1205, Francesco, ou “pequeno francês”, sentiu um apelo interior, que identificou como a voz de Jesus Cristo, e que o estimulou a despojar-se dos seus bens materiais e viver para pregar o Evangelho e assistir os pobres. O seu carisma e convicção tornou-o a figura central de uma comunidade que vivia, nos seus primórdios, de forma errante e em pobreza absoluta. S. Francisco, o fundador da “ordem dos irmãos menores”, rejeitou que esta tivesse uma hierarquia ou bens materiais. Tal provocou várias debates no interior da Ordem, pois alguns irmãos sustentavam que esta devia oferecer condições mínimas para os seus integrantes poderem cumprir a sua missão e, até, dedicar-se ao trabalho intelectual. Em 1223, a Santa Sé aprovou por fim a regra da Ordem dos Irmãos menores, enquadrando-a definitivamente na ortodoxia religiosa, algo que, de resto, S. Francisco nunca contestou. A partir de então, S. Francisco viveu os seus últimos anos de vida sobretudo em ermitérios e meditação, alturas em que passava por estados de êxtase. Morreu em 1226, com aura de santidade e fama de milagreiro, tendo sido canonizado dois anos depois pelo Papa Gregório IX, que, enquanto cardeal, fora responsável por fixar a regra dos franciscanos.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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    49:36
  • As Origens Intelectuais do 25 de Abril (III): a História e as Ciências Sociais foram uma arma contra o Estado Novo?
    Neste episódio especial, gravado ao vivo na Biblioteca Nacional, exploramos as raízes intelectuais que moldaram a Revolução de 25 de Abril de 1974. Com a moderação de Victor Pereira, o debate reúne os ilustres convidados João Leal, Jorge Pedreira, Maria de Lurdes Rosa e Miriam Halpern Pereira para discutir as influências e inovações historiográficas que desafiaram o regime ditatorial do Estado Novo. O ponto de partida é o manifesto de Ernesto Melo Antunes, lido em Cascais a 5 de março de 1974, onde se defende que a solução para o problema ultramarino é política e não militar. Esta ideia, também expressa por António de Spínola em "Portugal e o Futuro", reflete os verdadeiros interesses do povo português e os seus ideais de justiça e paz. Durante o Estado Novo, muitos cientistas sociais, tanto em Portugal como no exílio, desafiaram a visão imposta pela ditadura. Eles investigaram a história e a sociedade portuguesa, desvendando os bloqueios e desigualdades, e desconstruindo a propaganda do regime. Apesar das adversidades, as suas obras circularam amplamente, influenciando o pensamento crítico e preparando o terreno para a revolução. Neste episódio, discutimos as contribuições de António Borges Coelho, António Henrique de Oliveira Marques, Miriam Halpern Pereira e Vitorino Magalhães Godinho, e como as suas pesquisas moldaram a compreensão da história de Portugal durante um período de grandes mudanças sociais e económicas. Também exploramos a recepção dessas obras nas vésperas do 25 de Abril e o impacto duradouro que tiveram na sociedade portuguesa. Oiça aqui o debate gravado na Biblioteca Nacional.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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    1:20:52
  • A derrota dos nazis: os últimos meses da II Guerra Mundial na Europa
    Neste episódio, Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho convidaram Rui Cardoso, jornalista e estudioso da II Guerra Mundial, para conversar sobre a última fase deste conflito na Europa. No princípio de 1945, as forças aliadas comandadas pelo general americano Dwight D. Eisenhower chegavam às margens do rio Reno, enquanto, a leste, o Exército Vermelho liderado pelo marechal Zhukov avançava em passos largos até Berlim, depois de derrotar os nazis na Polónia e de comprovar o horror dos campos de extermínio que aqueles abandonaram precipitadamente. No campo político e diplomático, os lideres dos então chamados “três grandes” - Roosevelt, presidente dos Estados Unidos; Estaline, secretários geral do PCUS; e Churchill, primeiro-ministro britânico - reuniram-se em Yalta entre 4 a 11 de fevereiro de 1945 para discutir o pós-guerra, sendo já evidentes as suas diferentes abordagens e objectivos. Em abril, no mesmo mês em que Roosevelt morreu e foi substituído na presidência dos Estados Unidos por Henry Truman, o Exército Vermelho avançou para a conquista de Berlim, isto já com os aliados ocidentais dentro da fronteira alemã. De forma insana, Hitler, refugiado no seu bunker, exortou os berlineses a continuarem a lutar. A capital alemã foi então defendida com recurso a crianças e jovens da juventude hitleriana, e a milícias de cidadãos que não tinham treino militar. A 30 de abril, Hitler suicidou-se no bunker da chancelaria do Reich e a 2 de maio Berlim rendeu-se ao Exército Vermelho. Por fim, a capitulação incondicional dos nazis chegou a 7 e 8 de maio, por intermédio do general Alfred Jodl. Depois de milhões de mortes, de um sofrimento indescritível, e de um rasto de destruição, a guerra terminara na Europa e o pesadelo nazi chegava ao fim.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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    49:39
  • As Origens Intelectuais do 25 de Abril (II): que papel desempenharam no 25 de Abril os livros africanos, franceses e ingleses sobre o colonialismo?
    Depois do primeiro episódio em que ouvimos falar sobre livros portugueses que contribuíram para o processo revolucionário do 25 de Abril, vamos agora focar a nossa atenção na literatura anticolonial, cujos contornos são mais internacionais, mas mais difíceis de definir. A lista de livros a discutir começa pelas obras do jornalista Basil Davidson da década de 1950, do antropólogo norte-americano Marvin Harris, Portugal's African "Wards" - A First-Hand Report on Labor and Education in Moçambique (1958) e de James Duffy, Portuguese Africa (1959). A esta configuração anglo-americana pertencem, igualmente: o livro do jornalista português António de Figueiredo, que terá sido ajudado, tanto por Harris como por Davidson, na publicação do seu livro intitulado Portugal and its Empire: the Truth (1961); bem como o de Perry Anderson, Portugal and the End of Ultra-Colonialism (1962). Do lado francês, a revista Présence Africaine acolheu nacionalistas angolanos nas suas lutas pela independência, como foi o caso de Mário Pinto de Andrade e do escritor Castro Soromenho. O Padre Robert Davezies, conhecido por ter denunciado as atrocidades da Guerra da Argélia, emprestou a sua voz à causa de Angola, num primeiro livro Les Angolais (1965), a que se seguiu La Guerre d'Angola (1968). São também lembrados os textos de dois combatentes pela libertação da Guiné e de Moçambique: é o caso de Amilcar Cabral, que escreveu a introdução à obra de Basil Davidson, The Liberation of Guiné: Aspects of an African Revolution (1969), bem como de Eduardo Mondlane, The Struggle for Mozambique (1969). Nesta sequência, é ainda considerada a intervenção do Padre Hastings na denúncia do massacre de Wiriamu, ocorrido em 1972. São ainda referidas obras mais dispersas e até de certa forma híbridas, como é o caso de ‘Negritude e humanismo’, um opúsculo publicado pela Casa dos Estudantes do Império em 1964, de Alfredo Margarido. O escritor e investigador construiu uma articulação rara entre produção literária e investigação histórica e antropológica. Esta última tinha, aliás, raízes na criatividade dos surrealistas, representados na passagem de Cruzeiro Seixas por Angola, iniciada na década de 1950. Paralelamente, a tradução portuguesa de Os condenados da terra de Frantz Fanon, com prefácio de Jean-Paul Sartre, aponta para um outro facto editorial conseguido na contra-corrente da censura, em meados da década de 1960. O debate é moderado por Isabel Castro Henriques e conta com a participação de Aurora Santos, Bernardo Cruz, José Augusto Pereira, Manuela Ribeiro Sanches, Nuno Domingos e Víctor Barros. See omnystudio.com/listener for privacy information.
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    1:43:18
  • A Abrilada de 1961 ou “Golpe Botelho Moniz”: uma tentativa de afastar Salazar e evitar a guerra em África
    Neste episódio, Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho conversam sobre o chamado “golpe Botelho Moniz”, ocorrido a 13 de abril de 1961, e que consistiu na tentativa de levar o Presidente da República a demitir Salazar da presidência do Conselho. O general Júlio Botelho Moniz era ministro da Defesa desde a remodelação governamental de 1958. Antes, tinha sido ministro do Interior e adido militar em Washington e Madrid. O contacto com a realidade internacional levou-o a perceber que a posição de Portugal sobre as suas então designadas “províncias ultramarinas” era insustentável. A convicção de Botelho Moniz reforçou-se em janeiro de 1961, aquando da eleição de JF Kennedy para a presidência dos Estados Unidos, pois este era a favor da autodeterminação dos povos. Durante os meses seguintes, o general Botelho Moniz procurou convencer Salazar a rever a política colonial de Portugal. Depois de perceber que os seus esforços eram vãos, resolveu apelar ao Presidente da República, almirante Américo Tomás, pedindo-lhe que demitisse Salazar. Perante a recusa deste, Botelho Moniz decidiu avançar para uma discreta demonstração de força dos altos comandos militares. No entanto, o seu plano foi anulado pela rápida reação de Salazar, que afastou-o aos microfones da Emissora Nacional, no mesmo famoso discurso em que declarou: “Para Angola, rapidamente e em força”. Era o início de uma guerra a que o regime ditatorial não conseguiu por fim.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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    45:57

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Acerca de A História repete-se

Um diálogo descontraído em torno da História, dos seus maiores personagens e acontecimentos. 'A História repete-se' não é uma aula, mas quer suscitar curiosidade pelo passado e construir pontes com o presente. Todas as semanas Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho partem de um ponto que pode levar a muitos outros... São assim as boas conversas.
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