Numa loja, uma senhora vê uma mãe com o bebé ao colo, dá-lhe os parabéns, mas acrescenta rapidamente que este não é propriamente um mundo para o qual se traga uma criança! A avó destas Birras escuta a conversa e desata a protestar! Dias depois, quando gravou este episódio, ainda estava em modo birrento – será que as pessoas sabem que há cem anos as crianças trabalhavam em minas, morriam de uma gripe, tinham uma forte probabilidade de passar fome e de ficarem órfãs ainda meninos? Pois é, lucidez precisa-se, porque o pessimismo é contagioso e só leva ao cruzar de braços. Em vésperas de um ano novo, falamos do que podemos fazer para ajudar os nossos filhos a serem gratos por terem nascido num país em paz, mas também conscientes da responsabilidade que lhes cabe em tornar esta terra num lugar melhor para todos. E isso só vai acontecer se guardarmos em nós a alegria e o optimismo. Feliz 2025.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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10:54
Como impedir que o Natal destrua um casamento
Este é o lugar de todas as birras, o sítio certo para desabafar sobre o lado B do Natal. Aquele que pode ser uma ameaça aos casamentos mais sólidos. Nestas semanas, a maior parte de nós regride um bocadinho à infância e aos rituais e tradições da nossa família de origem, que podem colidir com a da família do outro, por muitos anos que já tenham passado desde que estão juntos. O que parece fundamental para um, é ridiculamente acessório para outro, e se juntarmos ao caldeirão os ritmos e as expectativas diferentes de várias gerações, e o cansaço que se acumula, o resultado pode ser muito pouco natalício. Temos alguns antídotos para lhe oferecer, Feliz Natal.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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10:58
Avós, não escondam as más notícias
A intimidade numa família não é um dado adquirido, é preciso construi-la, mas depois mantê-la, alimentando-a com uma partilha das nossas alegrias, mas, também das nossas tristezas. A verdade, porém, é que temos muito mais facilidade em falar com os outros das primeiras, escondendo muitas vezes as segundas, sob o pretexto de não queremos “pesar” naqueles que nos são mais próximos. A filha indigna-se: “Não nos roubem o direito a preocuparmo-nos”, diz, argumentando que o rombo na relação entre pais e filhos é grande quando uma das partes descobre muito tarde que a outra está (ou esteve) doente, angustiada ou com problemas e não permitiu que a acompanhassem nesse sofrimento ou inquietação. O mesmo aplica-se aos filhos, reage imediatamente a avó/mãe, até porque a única forma de ficarmos realmente sossegados é termos a certeza de que caso aconteça alguma coisa seremos imediatamente informados. Nada melhor do que o Advento para começarmos a praticar.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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10:38
“Pais, ajudem os vossos filhos a crescer”
Os avós têm a certeza, os pais muitas vezes nem tanto. Certeza de quê? De que não é nada fácil deixar crescer os filhos, cultivar a sua independência e aceitá-la. A educadora Luísa Vian pôs o dedo na ferida quando escreveu que “para crescer é preciso querer crescer, o que é difícil, mas deixar crescer não é mais fácil”. E é ela que garante que os pais sentem uma enorme ambivalência, mas que precisam de lhes assegurar de que não é por crescerem que vão deixar de ter o nosso amor. Num primeiro momento reagimos à defesa — protestamos que tomara a nós que se vestissem sozinhos, que fossem a pé para a escola, que nos deixassem mais tempo livre —, mas se formos honestos e procurarmos bem cá dentro, talvez encontremos um certo terror de que deixem de ser os nossos bebés e se façam à vida, sem olhar para trás. Mas entre nesta nossa conversa e pense alto connosco, porque há pequenas coisas que pode fazer para os ajudar a encarar o futuro com entusiasmo e sem medo. É neste ponto que a avó se indigna e explode: “Por favor, adultos, parem com essa conversa de que o mundo está perdido e que mais vale ficarem sossegadinhos e protegidos no sofá a jogar consola, atirando a culpa de tudo para cima dos que vieram antes deles.”See omnystudio.com/listener for privacy information.
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15:37
Venham buscar a vossa tralha — a birra de uma avó que não consegue esvaziar o sótão
Os filhos queixam-se de que a casa dos pais está cheia de tralha, mas o que não contam é que a maioria daquelas caixas cheias até cima de manuais escolares que nunca mais vão ser abertos, de roupa que nunca voltarão a usar lhes pertence! A avó desta história passou o fim-de-semana a tentar deitar coisas fora, mas os protestos foram muitos, porque tudo era precioso, tudo são recordações. Porque, afinal, garante a Ana, a casa dos pais deve continuar para todo o sempre a ser a casa dos filhos, que têm o direito — diz mais uma vez a Ana — a regredirem para a infância e a adolescência mal entram por aquela porta. Não perca esta birra que se não adiantar muito ao problema em questão, talvez provoque algumas gargalhadas que sempre desanuviam a tensão.See omnystudio.com/listener for privacy information.